Inflação no Brasil e nos EUA Dominam as Expectativas de Política Monetária: Decisões do Fed, BCE e Copom em Foco

Inflação no Brasil e nos EUA Dominam as Expectativas de Política Monetária: Decisões do Fed, BCE e Copom em Foco

Por Economista Fabio Alonso
09/12/2024 – Atualizado há 1 hora

Os mercados iniciam a semana com o olhar atento a eventos decisivos em diferentes regiões do mundo, que prometem moldar o cenário econômico global. Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro será divulgado na quarta-feira (13), mas dificilmente alterará as expectativas de um novo corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) este mês.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) anuncia sua decisão de política monetária na quinta-feira (14), com a previsão de uma redução moderada de 25 pontos-base. No Brasil, o foco está no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será revelado na terça-feira (12), e na aguardada decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quarta-feira (13).

Estados Unidos: Expectativa de Corte no Juro

O CPI de novembro deve consolidar a visão de que a inflação nos Estados Unidos continua desacelerando, reforçando a postura acomodatícia do Fed. O mercado já precifica um corte de 25 pontos-base na taxa de juros americana, como parte da estratégia de impulsionar a atividade econômica sem perder de vista os riscos inflacionários.

Europa: Redução Gradual pelo BCE

O BCE deve seguir uma abordagem cautelosa, promovendo uma redução de 25 pontos-base na quinta-feira. A medida busca equilibrar os desafios da inflação persistente com os sinais de fragilidade econômica que ainda pressionam a zona do euro.

Brasil: Inflação e Pressão Cambial Aumentam Desafios

Por aqui, o cenário é marcado por incertezas. Apesar da expectativa de desaceleração no IPCA de novembro, economistas concordam que o índice não será suficiente para aliviar as preocupações do Copom. As projeções indicam um aumento na taxa Selic de 0,75 ponto percentual, mas há quem acredite que o Banco Central possa optar por uma elevação mais agressiva, de até 1 ponto percentual, diante de um ambiente de inflação desancorada e pressão cambial.

O dólar, que ultrapassou a marca de R$ 6 na última semana, adiciona combustível à pressão inflacionária. Paralelamente, a falta de avanços no pacote fiscal do governo, cuja votação está prevista para esta semana na Câmara dos Deputados, aumenta o pessimismo sobre a eficácia das políticas econômicas em conter a alta de preços.

Impactos para o Mercado

  • Renda Fixa: A curva de juros futuros no Brasil reflete a expectativa de uma postura mais dura do Banco Central, com taxas mais altas ao longo de 2024.
  • Câmbio: A volatilidade do real frente ao dólar deve continuar, enquanto investidores aguardam sinais mais claros sobre as medidas fiscais e monetárias.
  • Ações: A pressão sobre o custo do capital pode afetar setores dependentes de crédito, enquanto exportadoras podem se beneficiar do câmbio elevado.

A semana promete ser decisiva para os mercados, com decisões de política monetária nos três principais polos econômicos globais e indicadores cruciais para a definição das estratégias econômicas de 2024.