Por Economista Fabio Alonso
09/12/2024 – Atualizado há 1 hora
Amanhã, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia uma decisão crucial para a economia brasileira: a taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano, deve sofrer um aumento de 0,75 ponto percentual, alcançando 12% ao ano. A medida já é amplamente esperada pelos mercados e pode beneficiar investimentos em renda fixa, mas acende um alerta para os impactos no consumo, nos investimentos empresariais e na geração de empregos.
Benefício para Investidores de Renda Fixa
Para investidores, o aumento da taxa básica de juros fortalece a atratividade de produtos de renda fixa, como CDBs, Tesouro Direto e fundos atrelados à Selic. Com retornos mais altos e maior segurança, esses produtos ganham destaque em um cenário de incertezas econômicas, oferecendo oportunidades interessantes para quem busca proteção e rentabilidade.
Especialistas recomendam que investidores aproveitem o momento para revisar suas carteiras e considerar ativos atrelados à taxa Selic ou à inflação, especialmente para objetivos de médio e longo prazo.
Impactos Econômicos: O Outro Lado da Moeda
Se por um lado o aumento de juros favorece os rendimentos de investimentos conservadores, por outro, seus efeitos sobre a economia real são mais preocupantes. Juros elevados encarecem o crédito, dificultando o consumo das famílias e os investimentos das empresas. Além disso, podem levar a uma desaceleração na criação de empregos, uma vez que setores dependentes de financiamento tendem a reduzir suas operações.
A pressão é intensificada pela recente desvalorização do real frente ao dólar, que ultrapassou os R$ 6. O câmbio mais alto aumenta o custo de insumos importados, pressionando ainda mais a inflação e complicando o cenário para o Banco Central, que tenta equilibrar o controle de preços com os efeitos colaterais de uma política monetária mais rígida.
Olho no Longo Prazo
A expectativa é que o aumento da Selic represente um ajuste necessário para ancorar as expectativas de inflação, que ainda permanecem descontroladas. No entanto, economistas alertam que o Brasil precisa avançar em outras frentes, como a aprovação de medidas fiscais estruturantes, para reduzir a dependência de juros elevados como principal ferramenta de política econômica.
O mercado estará atento à coletiva de imprensa do Banco Central após a decisão do Copom, buscando pistas sobre os próximos passos da política monetária e o cenário esperado para 2024.